A rainha baixinha

Dentro dela
austeridade
simples
fortaleza
de uma imensa
mulher

Dentro dela
sinceridade
arma
e armadura
eficiente
e suficiente

Dentro dela
franqueza
e amizade
qualidades
que a coroam
em alto grau
de majestade

Não a toa
seu nome
valente
ecoa
nos corredores
de escolas
em casas humildes
nas ruas
morros
esquinas do dia-a-dia

É rainha sim!
pequenina
senhora
não ostenta seu posto
pois em seu
traçado
suado rosto
espelha a mulher
diária
nas batalhas da vida
entronada
e coroada
por seus súditos fieis
(um meio rebelde):
Seus Amigos
Sua Familia.

4mm

Em um espaço
tão pequeno
de uma tela fria
monocromática:

Pulsava
acelerado ritimado
cadenciado
numa suave
harmonia
a vida em sinfonia

Pulsava quente
num compaço
dançante
em valsa
paços de formação

Pulava na tela
apenas quatro
diminutos
milimetros
da sabedoria universal

Pulava da tela
a cento e oitenta
por minuto
devastando tudo
mudando o mundo
transformando
um homem
e uma mulher:

De dois amores
em um
com emoção
em um
em comunhão
em um só
só um
diminuto Coração

Minha terra

Tenho um pedaço de chão
Vermelho
Vermelho
Quase sangue
Tão vermelho

A terra
Desse diminuto pedaço
É talhada
Um sertão
Tão vermelho
Um deserto
Com chagas secas
Entalhadas
No chão vermelho

Meu sertão
Meu pedaço de sertão
Onde o sol
É mais quente no chão
Onde o ar é vazio
Onde o vermelho vivo
É um vasto deserto
Onde a única
A única água
Que brota
É suficiente
Nasce uma flor

Onde a única água
Que brota
São lagrimas
De dor
De amor
De esperanças
De saudades...