As palavras no Amor

Quando a dor
resiste e persiste
é viavel
(pois a pegada da tristeza
é rastro profundo
numa trilha de lagrimas)
chorar letras
gritar versos em desalento
fazer poemas de sangue
e muito suor
.
.
.
No apice da alegria
de um amor verdadeiro e incondicional
quando Ele existe
é improvavel
(seu passo é lento
suave e detalhado
quase não deixa rastro
se não tiveres atento)
defini-lo em plavras
todas as rimas
(ricas ou pobres)
tornam-o sem exatidão:
Qual a precisão de uma palavra
para explicar o olhar
de um flor pequenina
que pausa a tristeza da depressão?
Qual palavra decifra
o poder de um riso
puro e sincero
de braços abertos ao chegar em casa?
Quantas letras juntas
refletem a preocupação
com um choro
sem clara explicação?
Qual o dicionario que portam
as palavras capazes
de explicar o amor incondicional,
da alegria indistinta
na cumplicidade infinita
das dores, ao nascer o primeiro dente,
da curiosidade reclamada ao mastigar tudo pela frente,
dos, incertos e imprecisos, ensaios de passos,
das danças em qualquer batuque,
do balbuciar os primeiros reclames
as primeiras silabas, mesmo que intraduziveis aos ouvidos
e tão percebidas pelo coração...?
Qual palavra no dicionário
traduz
ou ao menos tenta explicar
o sentimento de ouvir papá
ou ser reconhecido pela voz, mesmo que ao telefone?
.
.
.

Não conheço,
mas Aurelio se você por
as palavras no Amor
e diminui-lo em páginas
fracionarias
direi que não conheces o que fala,
ou melhor, não o sente,
pois não se tece teia significativa
sem reduzir o sentido
do infinito
nesse Universo tão indefinido

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