Quanta coisa não dita
Enterrada no silêncio
Sussurrada em pensamento
Quanta palavra escondida
No véu-de-palpebras
Em olhares derramadas
Quanta poesia escrita
Sem pápeis sem tintas
Num pergaminho-carinho
...
Tanto amor
Tanto sentimento
Soterrados pelo cimento-do-tempo
Embotados pela salmoura-das-ilusões
Que a cal do dia-a-dia
Isolou em complexidade
O coração, as sensações
Fechou-os com extensa lápide
Sem dizeres na mármore
...
Quanto pedido de socorro
Presente no olhar perdido
Quanto dialogo fechado
No silêncio esquecido
Quanto abandono de amigo
Num afago retraído
...
Tantos versos feitos
No solitário silêncio
Tantas estrofes escritas
Num olhar timido
Tantas rimas ricas
Nas aliterações das carícias
...
Um gesto
Um silêncio
Um olhar
Guardam mistérios
Assim como a Terra
O mar
O ar
E o universo
...
Quanta coisa não dita
Enterrada no silêncio
Sussurrada em pensamento
Quanta palavra escondida
No véu-de-palpebras
Em olhares derramadas
Quanta poesia escrita
Sem pápeis sem tintas
Num pergaminho-carinho
A timidez
O medo
As magoas
As ânsias
Fecham a alma
Calam a boca
Mas o sábio do humano
É o corpo
Que sussurra
Que fala
Que berra
Num gesto, num olhar, num silêncio
04/10/08
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Amei!! Como sempre muito bem escrito e estimulador do pensar (pelo menos do meu, rsrs). Continua assim que continuarei visitante assidua! ;)
ResponderExcluirEsse eu não li... esse eu senti em cada entranha... arrebatador...!
ResponderExcluirVocê escreve muito bem Rubinho!
ResponderExcluirEspero te ver logo!